VIDA DE COMISSÁRIO DE VOO
O que acontece nos
bastidores do voo V
Vida de comissário é mesmo
emocionante. Você já leu em nossos posts
situações bem inusitadas que acontecem a bordo de uma aeronave? Falamos de vários
casos, tais como: problemas com idioma, confusões a bordo, nascimentos de bebês
a bordo, comissária que “esconde” o passaporte, outra que fica presa do lado de
fora do quarto de hotel e passeia de pijama pelos corredores. Nossa quanta
coisa interessante. Se você ainda não leu corre lá, tenho certeza que você vai
gostar.
Esses profissionais que deixam
nossa viajem mais segura e confortável também passam por situações que ficam abalados
emocionalmente. Afinal são seres humanos!
Emoções da profissão que
infelizmente não são só de alegria.
Cada voo é um voo, diz o
Comissário Célio, “a gente trabalha duro para que tudo ocorra dentro do normal,
mas estamos transportando pessoas e pessoas são imprevisíveis”, conta Célio.
Um voo que estava se
preparando para decolar de São Paulo com destino a Madri, Célio foi chamado por
um de seus colegas para ajudar uma pessoa que supostamente passava mau dentro
do banheiro.
Ao abrir a porta a tripulação
se deparou com um jovem bem alto, de uns 28 anos, com as calças na altura dos
joelhos convulsionando dentro do banheiro. Célio conta que deu muito trabalho
para tirar o jovem do banheiro por ele ser muito alto.
O avião ainda estava em solo,
nenhum médico a bordo, e o rapaz estava realmente ruim. Célio foi encarregado
de atender o rapaz enquanto seus colegas davam continuidade ao embarque dos
passageiros e a preparação para a decolagem.
O trabalho do experiente comissário
Célio nessa hora foi deixar o moço confortável, cuidando para que durante as
convulsões ele não se machucasse. Os médicos de terra foram acionados, e mesmo
com a presença da equipe médica, Célio ficou ao lado do jovem o tempo todo,
torcendo muito para que tudo terminasse bem.
Suas esperanças foram minando quando
os médicos começaram realizar manobras de ressuscitação. Os médicos lutaram
bravamente e a torcida também era grande, mas nada resolveu, o rapaz morreu ali
mesmo na gale.
São vários e demorados os
procedimentos que envolvem uma situação como essa: recolher os pertences do
jovem, a polícia colher os depoimentos, retirar o corpo, etc. Além disso, como
ninguém pode descer da aeronave é necessário servir e acalmar os passageiros,
pois a essa altura havia muita consternação e impaciência no ar.
O avião finalmente decolou com
muito tempo de atraso e a mesma tripulação, inclusive o Célio que estava
visivelmente abalado pelo ocorrido. Nesse momento ele conta que o profissional
assumiu o controle de suas emoções para que o trabalho pudesse ser feito. Mesmo
assim, por muito tempo, Célio ficou se torturando questionando-se o que poderia
ter feito que pudesse salvar a vida do rapaz.
Muito tempo depois, Célio
encontrou com um dos policiais federais que participou da ocorrência e indagou
sobre o caso. O policial informou que o moço era uma “mula”, transportava
capsula cocaína em seu estômago rumo a Madri, mas infelizmente uma ou algumas capsulas
se romperam e se espalharam pelo corpo causando a morte do rapaz.
Apesar da tristeza que envolve toda a
situação, ele conta conseguiu ficar mais em paz com ele mesmo, deixando de se
torturar pelo ocorrido.
Que história, hein?
Você já pensou em ser
comissário de voo?
Conte para mim, quero muito
saber o que você pensa a respeito dessa profissão.
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