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30 de maio de 2019

COMISSÁRIA ESCONDE PASSAPORTE E LEVA BRONCA DA CHEFIA




VIDA DE COMISSÁRIO DE VOO
O que acontece nos bastidores do voo
IV

Viajar o mundo, se relacionar com pessoas interessantes, tomar café da manhã em bons hotéis, ver o nascer e o pôr do sol do alto, parece o trabalho dos sonhos de qualquer pessoa, não é mesmo?

Mas junto com tudo isso tem uma vida de carregar malas, conviver com mudanças bruscas de horários, com alterações no relógio biológico além de fusos horários diferentes. Ter como casa hotéis diferentes, ou seja, dormir e acordar cada dia em um hotel, em uma cidade, e até em um país, conviver com equipes de trabalhos diferentes sempre etc. Em resumo: nada de rotina

Muitas situações hilárias podem surgir dessa vida tão singular. E para homenagear esse profissional tão querido vamos contar algumas dessa situações enfrentadas por eles ao lidar com a falta de rotina.


Vida louca gera mil atrapalhadas.

Aline hoje tem muita experiência em voos internacionais, tem mais de 15 anos na profissão, mas logo que iniciou estava fazendo ponte aérea, em média 6 “pernas” por dia (6 pousos e 6 decolagens). Ora pernoitava em São Paulo, ora no Rio de Janeiro, um trabalho para lá de exaustivo e com poucas, mas muito valorizadas, folgas semanais. Seu despertador tocava todos os dias as 4:00 da manhã e começava sua rotina de banho, maquiagem, cabelo impecável, meia fina, uniforme alinhado e corrida para chegar no horário.

Um dia desses ela chegou um pouco atrasada em Congonhas, quando entrou no computador da empresa para se apresentar para o voo, seu nome não estava lá. Ficou desesperada achando que por conta do atraso tinham tirado ela do voo. Ligou para a escala e após alguns minutos a constatação: era sua folga. Ela acordou cedo, se produziu inteira, pegou trânsito no seu ÚNICO dia de folga da semana. 

O desejo da Aline (ela me confessou) era se estapear, mas não podia, além do que era necessário manter a postura e não dar bandeira para que seus colegas não rissem dela. E para ajudar a casa dela era muito longe do aeroporto. 

Sabiamente resolveu aproveitar o dia, estudar e fazer algumas coisas que precisava. Hoje ri disso e atribui o erro a vida agitada e a falta de experiência, mas no dia ficou mesmo com raiva de si mesma.

Foi tudo isso junto que provocou outra situação com a Aline, só que dessa vez em um voo internacional, mais precisamente em Londres. Ela conta que sempre foi instruída pela companhia a zelar muito dos documentos, principalmente do passaporte, que tem um grande valor no mercado negro. Por isso criou um esconderijo em cada hotel que pernoitava para seus documentos. 

Ela os guardava entre o coxão e o estrado da cama. Sempre funcionou muito bem e dava tranquilidade e segurança para Aline saber que tudo estava bem guardado.

Nessa viajem para Londres ela resolveu sair, dar um passeio na sua hora de descanso e deixou seus documentos e passaporte no seu esconderijo. Ao retornar ao hotel, preocupada em não se atrasar, se arrumou e se apresentou pontualmente para o briefing

No aeroporto de Londres naquela ocasião não era necessário apresentar o passaporte. Sua viajem foi bem tranquila e ela não deu falta de nada, só quando desembarcou no Brasil que percebeu seu erro.

Foi parar na polícia federal, sua chefia foi comunicada, levou uma tremenda bronca. Para resgatar seu passaporte pediu ajuda da tripulação que chegaria naquele mesmo hotel. Precisou também ligar para a recepção do hotel e “gastar” seu inglês para explicar seu esconderijo. Ela conta que foi difícil para as camareiras entenderem que não era embaixo da cama, mas embaixo do coxão.


Michelle por sua vez conta que demorou muito para que seu cérebro entendesse essa questão de dormir cada dia em um quarto de hotel diferente. Até que se adaptasse muitas situações aconteceram.

Quando se levantava a noite para usar o banheiro sua dificuldade era imensa. Michelle conta que cansou de parar dentro do armário procurando o vaso sanitário, por exemplo.

Em outra ocasião abriu a porta do quarto e saiu no corredor pensando que estava entrando no banheiro. Claro que a porta do quarto fechou com ela do lado de fora. Precisou descer à recepção de pijamas para pedir ajuda.

Ela conta rindo que o principal aprendizado que tirou dessa situação foi que precisava usar pijamas bem-comportados.

Terminamos assim nossa homenagem a todos os comissários de voo.

Parabéns pelo seu trabalho!

E você como se comporta quando dorme em um quarto diferente do seu?

Seu relógio biológico funciona a pleno vapor?

Você fica muito afetado quando viaja para lugares onde tem fuso horário diferente?

Conte para nós suas experiências.

Vou adorar conhecer.



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