O maior acidente aéreo brasileiro, que vitimou 199 pessoas no Aeroporto de Congonhas, completa 10 anos.

São Paulo, 17 de Julho, 18h48min, acontecia o maior acidente
aéreo no Brasil, o Airbus A320 da TAM que fazia a rota JJ3054, Porto Alegre – São
Paulo, que realizava pouso na pista 35L, não conseguiu frear, ultrapassou os
limites da pista, cruzou a Avenida Washington Luís e atingiu o prédio da
própria companhia, vitimando 183 passageiros e tripulantes a bordo, e mais doze
pessoas que trabalhavam no prédio.
O relatório final divulgado pelo CENIPA (Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e pela FAB (Força Aérea
Brasileira) em Setembro de 2009, apontou como causas principais do acidente o
erro do piloto, ao configurar irregularmente as manetes, falta de
infraestrutura aeroportuária brasileira, faltando groovings (ranhuras) na pista
de Congonhas e autonomia excessiva aplicada aos computadores da aeronave.
Antecedentes:
As duas pistas do aeroporto de Congonhas se encontravam
escorregadias, principalmente em dias de chuva, uma inclinação impedia o
escoamento da água acumulada sobre o asfalto, o excesso de borracha sobre a
pista causado pelo impacto dos pneus ao pousar, falta de espaço para áreas de
escape junto às cabeceiras, logo ao final da pista encontrava-se a avenida
Washington Luís e vários prédios, casas e edifícios comerciais. Um ano antes do
acidente, um Boeing 737 da BRA Transportes Aéreos deslizou sobre a pista, o
piloto conseguiu parar realizando a manobra conhecida como “cavalo de pau”, o
que evitou um acidente na avenida Washington Luís. Após o acidente a pista
recebeu as reformas necessárias.
Caixa Preta:
Dados da caixa preta da aeronave mostraram que antes do
pouso, ambas manetes de potência estavam na posição CL (posição de subida, com
80% de potência), regulados pelo sistema autothrottle da aeronave, sistema que
regula a potência com base em uma velocidade determinada pelo piloto. Segundos antes do pouso, a aeronave anuncia
um aviso sonoro, indicando para colocar as manetes em posição ID (posição de
pouso, sem potência). Isso desativaria o sistema autothrottle da aeronave e
ativando os spoilers (pequenas aberturas nas asas para quebrar a resistência do
ar e diminuir a velocidade). Após o aviso, o piloto trouxe apenas a manete da
esquerda para a posição ID, ativando o reverso do motor esquerdo, enquanto a
manete direita estava na posição CL, com 80% de potência.
Recomendações do CENIPA:
O relatório do Cenipa listou 83 recomendações para evitar
uma nova tragédia. São elas; instalação de um dispositivo de luzes e avisos
sonoros para alertas pilotos sobre erro de posição de manetes. Congonhas teve
reduzidas as distâncias de decolagem e pouso, que antes eram que 1.940 metros
na pista principal para 1.790 metros na decolagem e 1.660 para pouso e, na
pista auxiliar, para 1.345 metros e na decolagem e 1.195 no pouso,
possibilitando a implantação de uma área de escape, e a operação sem o grooving
na pista é proibida. A pista auxiliar não pode ser mais utilizada para pousos e
uma reforma foi feita para impedir o acúmulo de água. As aterrisagens com os
reversos travados foram proibidas e foi imposto limite de peso para pousos.
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