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12 de setembro de 2016

Aeroporto de Confins poderá se tornar um Aerotrópolis



Considerado uma das 10 ideias que mudarão o mundo no século 21, o chamado Aerotrópolis ou cidades-aeroporto. A ideia é construir uma cidade em volta ao sítio aeroportuário, de maneira que o aeroporto se torne o centro da cidade, com shopping, áreas comerciais, escritórios e até mesmo universidade. Tudo praticamente “dentro de um aeroporto”.

“A era do instante, com viagens que favoreceram a ubiquidade, escalas de trabalho de 24 horas, sete dias por semana e cadeias globais de suprimentos, exigirá uma reconfiguração radical. As cidades deverão ocupar o entorno do aeroporto em círculos concêntricos de zonas comerciais e residenciais”, escreveu John Kasarda, mentor do conceito e autor do livro “Aerotrópolis: o modo como viveremos no mundo” (DVS Editora, 2013).
Para o professor, o terminal de Schipol, em Amsterdã, é a mais bela amostra de uma aerotrópolis desenvolvida. Localizado a 20 minutos do centro da cidade, Schipol possui, além do terminal em si, comércio expandido, prestadoras de serviço, indústrias e 16 escritórios de grandes empresas, entre eles o da Microsoft, a um quarteirão do aeroporto.

O Brasil não ficou de fora. O Aeroporto de Confins em Belo Horizonte, é o próximo a se tornar um Aerotrópolis. John Kasarda, Professor da Universidade de Carolina do Norte e consultor do Governo de Minas Gerais estiveram no Brasil em 2014, para unir esforços para que essa imensa ideia se torne realidade por aqui.

Faltam mais voos internacionais, diz o consultor. “Com mais rotas internacionais, toda carga sai de Confins, sem precisar embarcar de São Paulo ou Rio de Janeiro. Voos internacionais reduzem o vazamento da carga, assegurando investimentos no local. São o motor de toda Aerotrópolis”. Acompanhe um trecho de sua entrevista ao repórter Bruno Porto, do jornal ‘Hoje em Dia’.

Bruno Porto – Antigamente, a tendência era construir aeroportos na periferia das cidades. O que mudou no mundo para que se construa uma cidade ao redor do aeroporto?

John Kasarda – Antigamente se construía um aeroporto longe da zona urbana para que o terminal pudesse se expandir sem causar impacto nas regiões residenciais. O aeroporto servia a cidade, e era visto e usado apenas como terminal de transporte. Nos últimos 20 anos, o aeroporto ganhou outra importância para a economia mundial e transformou-se num imã para as empresas. Atrai investimentos imobiliários porque as pessoas querem morar perto do trabalho. A proximidade é a facilidade, por isso a cidade segue o aeroporto hoje. É o que acontece no mundo todo.

Esse movimento não se assemelha ao que acontecia antigamente, quando a cidade se desenvolvia em torno das estações de trem?

Sim. Historicamente, os centros de transporte eram os catalisadores. Começou com os portos, foi para as estações de trem, rodovias e, agora, os aeroportos. É a quinta onda de desenvolvimento que, embora tenha muita similaridade com as outras, tem um impacto muito maior, por ser uma onda global.

Em que fase de desenvolvimento da aerotrópolis de Belo Horizonte nós estamos atualmente?

Quando comecei, em 2004, o Aeroporto de Confins tinha 300 mil passageiros ao ano (hoje tem 10 milhões). A conectividade era pobre, demorava-se entre uma hora e uma hora e meia para se chegar ao terminal, não existia nada ao redor do aeroporto, o transporte local era pobre. Naquela época, o Aeroporto da Pampulha dominava o transporte aéreo de Belo Horizonte. Na Pampulha, se chegava em 20 minutos, mas é um terminal pequeno, sem possibilidade de expansão e sem potencial econômico. Confins terá três pistas de decolagem. A Gol montou um centro de manutenção responsável por 11 mil empregos, de forma direta ou indireta. Há hotéis com 1.500 leitos, infinitas facilidades.

Em quanto tempo a Aerotrópolis de Belo Horizonte estará madura, em condições de competir mundialmente?

Depende do ambiente econômico, do crescimento da economia e do número de voos, tanto internacional como domésticos. Quanto mais rápido se conseguir novos voos, mas rápido se atrairá empreendimentos para seu redor.

Fonte: Portal do Aviador

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